Esses anos foram cruciais, marcados por aprendizado contínuo, superação de desafios e inovações que me inspiraram de diversas maneiras. Percebi que os ‘sapatos profissionais’ que usei durante todos esses anos, embora ainda muito brilhantes e respeitáveis, já não se ajustam mais aos meus pés. Não porque tenham se deteriorado ou perdido seu valor, mas porque tanto eu quanto minha relação com o mundo mudaram.
Essa constatação não desmerece em nada a jornada incrível que tive ou as pessoas fantásticas com quem tive o prazer de trabalhar e que se tornaram grandes amigos. Pelo contrário, só destaca o quão significativa foi essa etapa da minha vida, a qual formou minha sólida base e me permitiu crescer para além dela. É um reconhecimento de que estou pronta para uma nova fase, que atenda às minhas atuais necessidades e aspirações. Me lembrei daquela música dos Titãs: “Eu não tenho mais a cara que eu tinha. No espelho essa cara não é minha. Não vou me adaptar.”
Por que mudei? Cheguei a um ponto da minha vida em que senti a necessidade de algo mais… algo mais leve, mais significativo e, de certo modo, mais holístico. O que antes era uma busca por eficiência e inovação agora se transformou no desejo de impactar de outras maneiras. Tenho urgência porque sei que existe uma única vida. Hoje, estou trilhando um novo caminho como conselheira, orientadora, mentora e em atividades relacionadas ao terceiro setor. Nesse espaço, eu encontro a liberdade de usar minha experiência para criar impacto de maneiras que nunca pensei serem possíveis dentro das estruturas corporativas tradicionais. É menos sobre KPIs e mais sobre conexão humana, crescimento e bem-estar.
Para todos vocês que podem estar sentindo algo semelhante, quero dizer: está tudo bem. Carreiras não são linhas retas. São mais parecidas com jornadas sinuosas, repletas de altos e baixos, curvas e, mais importante, evoluções. Cinderela é a prova que um par de sapatos pode mudar a sua vida!