Recentemente, durante um encontro com colegas de diversas áreas de formação e atuação, surgiu o ponto sobre a impermanência das nossas decisões e a importância de não sermos binários. Afinal, se hoje estamos de um jeito, amanhã podemos estar de outro. Um radicalismo de ideia e opiniões, como temos acompanhado nos últimos tempos nas redes sociais, não nos leva a nada.
Veio à tona, então, o conceito Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman, um sociólogo polonês falecido em 2017. Ele dizia que os tempos em que vivemos trazem relações sociais, econômicas e de produção frágeis, fugazes e maleáveis, como os líquidos. As relações não só escorrem como água pelos dedos, mas dissolvem-se como gás.
Se por um lado a digitalização facilita a mobilidade e a flexibilidade, trazendo agilidade e melhorando a comunicação, por outro, nos sentimos desligados do outro, com relações mais superficiais e efêmeras. Poucos conceitos definem melhor nossa realidade, mesmo.
Penso que as relações profundas, os estudos longos e a concentração no presente, por exemplo, parecem estar evaporando. Eu fiquei com isso na cabeça e faz muito sentido já que estamos vivendo momentos em que tudo parece ser 8 ou 80. Mas não é verdade. Não precisa ser “ou/ou”. Podemos ter tudo. Mesmo em se tratando de tecnologia. Ora precisamos da IA, ora precisamos do ser humano.
Afinal, a própria maneira de trabalhar se transforma com a Modernidade Líquida: a estabilidade praticamente acabou e os modelos de trabalho desmaterializam-se, ganhando vida, sim, nas ferramentas de IA, mas também no home office, na webconferência e nas mensagens de whatsapp que já fazem parte do nosso dia a dia.
Eu achei muito interessante pensar nessa ideia também atrelada aos negócios. Neste cenário, no papel de líderes e conselheiros, é primordial agirmos como a água, que muda seu estado de acordo com a situação. Devemos ser eternos aprendizes e nos manter diligentes, dando ideias sempre atualizadas à gestão das empresas. Precisamos de mais fluidez e menos rigidez. Precisamos de líderes líquidos, no melhor sentido da palavra.
Líderes líquidos…
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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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