E nas questões profissionais? Pergunto isso porque parece que se a gente justifica uma decisão tomada com base na intuição não é levada a sério. Afinal, é “evidente” que decisões importantes devem ser pensadas cuidadosamente, de forma deliberada e racional.
Só que isso não é nada elementar, meu caro Watson. Gosto da expressão “gut feeling”, que é usada em inglês como sinônimo de intuição, porque ela revela claramente a origem desse sentimento: algo que vem das “entranhas”, que vai além da lógica tradicional.
No mundo dos negócios, essa sensação pode fazer toda a diferença. Trago esse ponto, pois saí pensativa de uma palestra de José Cláudio Securato, CEO da Saint Paul Escola de Negócios. Ele comparou o mundo moderno, que tinha a razão como fundamento, e o mundo pós-moderno, que traz características relacionadas ao feeling, à intuição, ao inconsciente, ao subjetivo. E ainda assim, no mundo corporativo, quando uma decisão é baseada na intuição, é vista como desconectada da realidade.
Qual o caminho do meio, então? A intuição, frequentemente associada ao universo feminino, é uma dádiva que todos têm, desde que estejam dispostos a ouvir sua voz interior. Emoções não são respostas “burras” que precisam ser corrigidas pela razão. Elas são avaliações rápidas do que acabamos de vivenciar ou pensar, processando informações de maneira diferente. A intuição, por sua vez, também é resultado de inúmeros processamentos que ocorrem em nosso cérebro de forma inconsciente. Cientistas chamam isso de “estrutura de processamento preditivo”.
Como explicou o psicanalista Jorge Forbes, em TerraDois, que discute temas e inquietações do mundo pós-moderno, as relações estão se transformando em todos os níveis, campos e contextos, principalmente no período chamado pós-modernidade. Hoje, o que realmente importa é uma postura múltipla, colaborativa, diversa, flexível e responsável.
No mundo atual, caótico e imprevisível, a intuição conecta tudo e não deve ser vista como uma falha ou uma fraqueza, mas como um processamento rápido e subconsciente, que pode nos dar informações úteis que o pensamento analítico nem sempre consegue captar.
Não podemos mais confiar apenas em métodos rígidos de tomada de decisão. Precisamos de uma abordagem que aceite a imprevisibilidade e abrace a intuição. A partir dela, podemos basear nossas decisões também em informações mais precisas e nos feedbacks rápidos que só a tecnologia pode proporcionar. É a flexibilidade para navegar entre essas duas abordagens que define o sucesso nas tomadas de decisão da nova era.
Percebo que nos últimos anos, principalmente, cada decisão certa que tomei veio dessa intuição. Cada decisão errada aconteceu porque não ouvi minha voz interior.
E você? Como tem equilibrado intuição e análise nas suas decisões diárias?
Você ouve sua intuição?
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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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