Mais um pouco sobre a minha viagem pela China, com uma parada em Dubai.

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Se tem algo que ficou claro nessa viagem é o quanto a liberdade e a diversidade de ideias impactam o processo de inovação. Porque, vamos combinar, inovação de verdade não sobrevive onde “liberdade” é só uma palavra bonita na Constituição.

Nos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, o governo investe forte em tecnologia… desde que ninguém critique o governo, a religião ou a economia. Na China, a Inteligência Artificial precisa passar no teste dos “valores socialistas fundamentais”. Os vigilantes da Internet reprimem regularmente a dissidência online e bloqueiam informações politicamente sensíveis.

O governo chinês tem leis rigorosas para assegurar o controle social. Paralelamente, oferece subsídios a empresas locais de tecnologia. Celulares de marcas chinesas vêm com configurações de fábrica que bloqueiam o acesso à Google Play. Redes sociais, como o Facebook, Instagram e Twitter, também não funcionam na China e contam com versões domésticas. O acesso a sites de notícias internacionais é igualmente limitado.

O sistema de repressão on-line, chamado de Golden Shield Project e popularmente conhecido como Great Firewall, foi lançado em 1998 pelo Ministério da Segurança Pública da China. Internacionalmente descrito como uma ferramenta de censura e vigilância, o texto orienta a restrição de conteúdos e identifica pessoas, oferecendo sua localização e acesso aos registros pessoais.

Aqui no Brasil, onde a liberdade tem outro sabor, a coisa muda de figura. A China investe pesado em infraestrutura, energia e tecnologia por aqui. Isso, claro, ajuda nossa economia a crescer, mas também nos desafia: como concorrer com os produtos chineses, que já chegam fortes e competitivos?
Essas experiências me fizeram pensar sobre o preço do controle. Sim, há vantagens, como segurança e planejamento a longo prazo. Mas e o custo disso? Uma inovação que só floresce dentro de moldes rígidos acaba sendo limitada – e pouco sustentável.

Do lado de cá, deixo minha reflexão para executivos e conselheiros: inovar requer liberdade. Nossa capacidade de inovar hoje depende dessa incrível habilidade de compartilhar e conectar ideias. Flexibilidade e adaptabilidade são palavras-chave.

Está na hora de repensar os modelos autoritários nas empresas.  De repensar a obsessão pelos resultados imediatos e bônus para poucos líderes. De entender que, quando sacrificamos o bem-estar, o respeito e a diversidade em nome de metas, estamos construindo menos do que poderíamos.

O desafio da liderança moderna é equilibrar controle com criatividade, eficiência com ética, crescimento com respeito. Estamos prontos para abandonar as velhas práticas e criar uma cultura que valorize tanto o resultado quanto a liberdade das pessoas para explorar, colaborar e trazer novas ideias?

Ana Paula Zamper

Ana Paula Zamper

Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!

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