Ser autêntica sempre foi um dos pilares da minha liderança. Mas devo admitir: essa autenticidade remou contra a maré. Certamente, se eu tivesse seguido à risca a “cartilha corporativa” — sendo mais formal, mais contida, mais “dentro do padrão” — eu poderia ter galgado posições executivas ainda mais rápido.
Mas aí vem a pergunta que sempre me fiz: a que custo?
Adaptar-se ao ambiente corporativo é necessário, e eu me adaptei quando foi preciso. Mas nunca às custas de abandonar minha essência. Isso significou navegar por críticas: “você é informal demais” ou “você é diferente demais” foram algumas delas. Mesmo assim, optei por construir minha trajetória de forma fiel aos meus valores, priorizando conexões humanas e um ambiente positivo. Tinha orgulho de ver que minha equipe se divertia trabalhando. Não é bem melhor assim?
Também remei contra a maré quando declinei de posições de destaque simplesmente porque não faziam sentido para mim. Não falavam com o que eu queria construir ou com o impacto que eu desejava gerar. Para mim, estar alinhada com meus objetivos e valores sempre foi mais importante do que colecionar títulos.
Acredito, como Amy Gallo, editora da Harvard Business Review (link nos comentários), que para criar conflitos saudáveis é necessário consistência, vulnerabilidade e positividade. E digo mais: o líder precisa ser o parâmetro para o time, mostrando que é possível discordar de forma respeitosa, separar ideias de questões pessoais e, acima de tudo, manter interações autênticas e regulares. Afinal, o trabalho deve ser colaborativo e prazeroso na maior parte do tempo.
Olhando para trás, vejo que a autenticidade me deu algo que nenhuma posição pode substituir: integridade pessoal e impacto genuíno nas pessoas ao meu redor. Sim, talvez eu tenha perdido alguns anos na “escada corporativa”, mas prefiro ser lembrada como alguém que liderava com verdade, conexão e propósito.
E você, até onde está disposto a ir para se adequar? Porque, no final, o que importa não é apenas aonde você chegou, mas quem você se tornou ao longo do caminho.
Autenticidade a que custo?

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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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