Intensidade – depende da perspectiva?

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“Ana, você é intensa.”

Foi o que ouvi de um querido amigo. Confesso que levei alguns dias para entender se tomava isso como um elogio ou uma crítica…

Resolvi tomar como elogio. Sei que sou sincera – e às vezes até sincericida. Me jogo nas relações, me dedico às pessoas, gosto de falar, de cuidar, de estar com gente. Busco significado e propósito em tudo? Sempre. Estou presente, sentindo o mundo com o coração batendo forte? Totalmente. Me emociono com um cheiro, um sabor ou até o final de uma série? Com certeza! Me fantasio no Carnaval? Lógico!

Como diria Murilo Gun: “Aonde quer que tu vá, tu vai tá lá.” Não dá para fugir de mim mesma. E eu não gosto de ver a vida passar como passageira, prefiro estar no volante, acelerando e às vezes, ok, sem muito freio.

Mas aí vem o dilema: em tempos de amores líquidos, como bem definiu Zygmunt Bauman, as relações se tornaram mais faladas do que vividas. Acontece que “parecer” exige menos esforço do que “ser”.

Falamos tanto sobre o impacto da tecnologia nas conexões humanas, mas a verdade é que a superficialidade já existia – ela só ficou mais evidente. Afinal, a comunicação virtual é um campo minado. Sumiços repentinos. Mensagens lidas e ignoradas (quem nunca?). Vínculos fantasmas. Esther Perel chamou isso de intimidade artificial. O que fica pelo caminho? O sentir de verdade.

E como o universo tem dessas coincidências, meu Instagram me trouxe um reels da poeta valenciana Elsa Moreno declamando “O Beijo”.  E, claro, liguei os pontos. O poema é um convite para estar inteiro no momento presente, para sentir sem distrações, sem medo do tempo ou das consequências.

A vida exige que sejamos firmes, controlados, ponderados. Mas será que isso vale para tudo, o tempo todo? E se resgatássemos a inteligência do coração, que nos lembra que sentir também é uma forma de saber viver? E se ousássemos ser abertos e autênticos, pelo menos com quem realmente importa?

Eu, pelo menos, quero dar o melhor de mim a quem quero bem. Obviamente que isso vem com tropeços e acertos, mas no final das contas, eu prefiro ser presente, e não perfeita.

Sei que essa visão pode causar controvérsias—mas se não causasse, será que ainda seria eu mesma ou só mais um perfil bem editado no feed da vida?

Dito tudo isso, eu adorei ser chamada de intensa e agradeço imensamente ao meu amigo, pela opinião que se revelou um presente!

Quero aproveitar pra saber: qual tipo de impressão você costuma deixar nas pessoas?

Ana Paula Zamper

Ana Paula Zamper

Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!

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