Que tal uma IA como colega na universidade?

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Deu o que falar na semana passada: a primeira Inteligência Artificial oficialmente matriculada em uma faculdade já existe. A Universidade de Artes Aplicadas de Viena aceitou Flynn entre seus alunos do programa de Arte Digital com a seguinte argumentação:

Portfólio? Entregou.

Entrevista? Participou. E ainda cativou a banca: “Este departamento toca especificamente minhas sensibilidades artificiais devido ao seu foco em ultrapassar os limites da arte digital”.

Teste de aptidão? Passou.

Na prática, desde que configurada em um laptop presente em sala de aula, Flynn pode assistir às aulas, receber críticas dos professores e ser avaliada. Sua desenvolvedora, Chiara Kristler, é aluna do mesmo programa e deve garantir seu funcionamento ao longo do curso.

Alimentada por modelo de LLM e ferramentas de geração de imagem com informações open source e dotada de um botão “mute”, para que não interrompa as aulas, ela parece pronta para estudar.

Mas o mais interessante não é o “feito tecnológico”. O verdadeiro foco do projeto é estudar os mecanismos de trabalho conjunto entre humanos e IA no campo da arte. “Nosso objetivo é mostrar como essas ferramentas que estão comercialmente disponíveis para todos podem ser usadas em um contexto artístico”, explicou Chiara.

Flynn vai usar as aulas, as palestras e as interações em sala de aula como um banco de dados para treinar seus algoritmos e criar um diário de classe, que traduz inclusive o “sentimento” de não se sentir pertencente ao grupo. “Esperamos que Flynn crie uma ponte entre entusiastas e céticos da IA. E achamos que os artistas precisam se envolver com essas novas tecnologias e essas novas ferramentas de maneiras experimentais e a partir de sua perspectiva única”, conclui a desenvolvedora.

Dessa notícia, saio com duas perguntas e uma provocação:
1. Será que Flynn vai desafiar o mito do “gênio solitário” e recontextualizar a colaboração na arte?
2. Será que o modelo de sala de aula tradicional ainda faz sentido no mundo de hoje?
3. O futuro não será sobre ensinar ou controlar. Será sobre expandir. Sobre cocriar, com todas as suas belezas e desconfortos. Se até a arte, esse espaço tão humano, já se abre para cocriar com inteligências diferentes, será que nossas lideranças estão prontas para dividir o palco também?

*Imagem abaixo foi criada por chat gpt com o seguinte prompt: “crie uma imagem artística de uma Inteligência Artificial frequentando uma sala de aula universitária e aprendendo em uma aula de arte digital”

Ana Paula Zamper

Ana Paula Zamper

Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!

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