Eu sou fã de Alok. Para além do seu trabalho, ele e sua esposa Romana, atuam com consistência em projetos sociais, o que eu admiro muito. Mas o que ele fez no palco principal do Coachella foi nadar contra a maré.
Ao colocar o “efeito especial” de sua apresentação nas mãos de um grupo de dançarinos e um telão com a mensagem “Isso não é IA”, ele lançou uma enorme provocação (daquelas que eu adoro!): estamos ensinando a Inteligência Artificial a compor sinfonias, editar vídeos e gerar campanhas publicitárias.
Mas quem está nos ensinando a discernir sobre o que vale mesmo ser criado?
Enquanto o mundo acelera — Google lança IA que transforma texto em vídeo hiper-realista, Nvidia anuncia produção bilionária de supercomputadores de IA nos Estados Unidos, Deezer revela que 18% das músicas da plataforma já são feitas por IA e até os pets ganham versões “humanas” com ajuda do ChatGPT – Alok criou um espetáculo inteiramente humano.
Em vez de adotar algoritmos como protagonistas, ele apresentou 50 dançarinos em movimentos robóticos e efeitos visuais dignos de ficção científica.
O show foi um verdadeiro manifesto sobre alma, autoria, propósito e presença. O que parecia ser uma performance de Inteligência Artificial era pura inteligência emocional. E mais. Era um lembrete poderoso: a arte precisa de emoção. E a emoção, até agora, é inegociavelmente humana.
No ritmo da eficiência algorítmica, corremos o risco de esquecer que nem tudo que pode ser automatizado deve ser automatizado. IA sem propósito é só uma automação vazia. Sem ritmo. Sem emoção.
O show de Alok mostrou que a tecnologia pode estar no palco. Mas a mensagem? Esta continua sendo feita por mãos, vozes e corações humanos. O desafio não é escolher entre humanos ou máquinas. É entender como a IA pode expandir, e não substituir, o que temos de mais valioso: nossa capacidade de sentir, imaginar e criar.
Nem tudo deve ser automatizado

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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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