Tem um assunto que está presente em muitos eventos: a relação complexa e polêmica entre sustentabilidade e tecnologia, que não subiu aos palcos principais, mas está nos bastidores.
Quando falamos sobre tornar o mundo mais perene, não podemos ignorar o papel que a IA pode ter. Não existe um planeta melhor sem esses dois “mundos” conectados. Não tem como evoluir sem tocar nessa ferida.
Ferida? Sim, porque pensamos em curto prazo. Quem é do mundo tech sabe que treinar um modelo de linguagem é caro e consome muita energia. Mas a IA também pode ser usada para desempenhar muito mais tarefas com menos poder computacional… verá que a conta fecha. Claro que precisamos de redesenho dos algoritmos e novos chips e equipamentos que façam mais com menos energia.
O caminho não simplesmente economia de recursos. Populações de baixo IDH consomem pouca energia, mas isso reflete nas limitações no acesso a recursos básicos para melhorar a qualidade de vida em educação, saúde e economia. E a IA acaba sendo fundamental para melhorar os padrões de vida dessas populações.
Kareem Yusuf, VP na IBM, disse: “O problema da sustentabilidade dentro de uma empresa começa com o que você mede. Como você escolhe e mensura seus indicadores? E de que maneira aplica os insights obtidos a partir desses dados para transformar a organização? Isso, para mim, é um problema de dados. E problemas de dados se resolvem com IA”.
Liderança, tecnologia e sustentabilidade estão mais interligadas do que nunca. Essa convergência está moldando o futuro dos negócios e do meio ambiente. O verdadeiro desafio para os líderes é não apenas conduzir negócios de sucesso, mas fazer isso de tal maneira que falar de negócios de impacto social seja um pleonasmo!
Mas, os problemas atuais não são estáticos: eles evoluem e se transformam à medida que interagimos com eles, o que requer uma compreensão profunda e multifacetada que, com dados, a IA pode auxiliar, mas não definir autonomamente. Isso porque a definição precisa dos problemas ainda depende da capacidade humana de entender contextos complexos e nuances específicas de cada setor – como discutimos com André Nardy.
Na Saint Paul Escola de Negócios essa semana, vimos o relatório “The Eco-Digital Era”, produzido pela Capgemini em colaboração com Harvard, e apresentado por Emanuel Queiroz, que destacou que 77% das empresas reconhecem estarmos passando por uma dupla transição para um mundo mais digital e sustentável, e 66% delas acreditam que a IA pode acelerar o alcance de suas metas de sustentabilidade.
Para um casamento eco-digital bem-sucedido, gestores precisam não apenas entender e educar sobre sustentabilidade e tecnologia, mas também medir continuamente o progresso e adaptar estratégias.
Mais uma vez ressalto que o pensamento da liderança não pode ser binário. Não deve passar pelo “ou”. “Ou investimos em tecnologia, ou em sustentabilidade”. Precisamos partir do “e”. Afinal, tecnologia e sustentabilidade não são excludentes, mas complementares.
A complexa e polêmica era eco-digital
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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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