Calma, deixa eu me explicar: não acredito que o conceito de inteligência possa ser reduzido a um compilado organizado de dados e pesquisas. A mente humana é repleta de fenômenos e cheios de nuances, resultantes de suas vivências, interações com o meio e relações pessoais, como intuição, emoções, empatia, criatividade, senso de humor e noções estéticas. Não sou médica, nem cientista, mas estou cada vez mais convencida de que é esta combinação de fatores que forma a inteligência de alguém. A inteligência humana não é binária, como a IA, por isso acho que poderíamos encontrar um nome melhor.
Inclusive, vejo que estamos dando à IA um poder que ela não tem quando dizemos que a IA “decidiu” algo. Ela é, sim, uma ótima ferramenta de apoio, nunca uma substituta para a complexa capacidade humana. Não imagino que teremos homem x máquina, mas sim homem + máquina.
E por que eu disse que a IA não é artificial? Ora, ela é construída por humanos e treinada com dados definidos e coletados por eles. Não poderia ser mais “natural”, concordam? Inclusive carrega suas visões de mundo e seus vieses particulares. Mas isso é assunto para um próximo post…
*Post inspirado na frase “a inteligência artificial não é nem inteligente nem artificial”, que o neurocientista Miguel Nicolelis disse em entrevista à Folha de São Paulo no mês de julho, também atribuída a Noam Chomsky, e que me deixou bem pensativa.