Cuidar do corpo é fácil. O difícil é cuidar da alma.
Esses dias dei um tempo na correria, no culto à produtividade extrema na glamourização da exaustão.
Parei.
Respirei.
Tive um momento de pausa no WorkSoul, workshop com Richard Barrett, organizado pela Flavia Camanho. E foi como um oásis no meio do turbilhão.
O que me pegou? A ideia de que não temos uma alma — nós somos uma alma. Parece simples, mas muda tudo. O corpo e a mente são ferramentas, mas é a alma que dá sentido à jornada. Só que, muitas vezes, deixamos essa parte essencial de lado, presos no jogo do controle, do reconhecimento externo, do medo de errar.
Richard fala sobre a confusão entre ego e alma. O ego quer segurança, validação e previsibilidade. A alma quer conexão, expressão e autenticidade. Quando damos espaço para a alma, abrimos um caminho mais verdadeiro, onde as decisões fazem sentido de dentro para fora. Mas, quantas vezes, no piloto automático, ouvimos o ego e ignoramos a intuição?
Sim, a alma se manifesta, muitas vezes, por meio da intuição. A alma não grita, ela sussurra. Para ouvi-la, é preciso silenciar o barulho — externo e interno. Quando escutamos nossa alma, nossas decisões ganham um novo peso, um novo alinhamento com aquilo que realmente importa. Passamos a viver com mais sentido, com mais presença, com mais propósito.
E a refletir sobre nossa humanidade e a conexão com os outros. Me lembrei das palestras do Simran Jeet Singh, e de seu livro “I am because we all are”. A mesma luz que existe em mim, existe em tudo ao meu redor. Quando reconhecemos nossas próprias imperfeições, conseguimos enxergar melhor o outro. Em vez de julgar, passamos a perguntar: “O que aconteceu com você?” e “Como você se sente?”. E a ouvir a resposta, de verdade, como comentei esses dias por aqui.
O isolamento acontece quando esquecemos dessa interdependência, quando deixamos de servir ao outro e nos fechamos em nós mesmos. Mas essa entrega ao coletivo não pode significar o abandono do “eu”. Autocompaixão e autocuidado são o ponto de partida. Não sou melhor nem pior que ninguém. Somos parte de um todo.
Isso ressoa muito com algo que já vivo na prática: quanto mais me entrego ao outro — seja no trabalho voluntário, seja nas conexões que faço — mais me nutro. Porque dar não significa perder. Dar significa multiplicar.
E aí fica a pergunta: você tem dado espaço para a sua alma ou ainda está refém do ego? Porque no final do dia, não se trata apenas de fazer mais. Trata-se de ser mais.
Cuidar do corpo é fácil

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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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