Tem uma antiga piada que fala assim:
Um cliente chega ao escritório de um advogado:
– Doutor tenho este problema, como posso resolver?
O advogado consulta sua biblioteca, abre o Código Civil, pesquisa e lê um parágrafo em voz alta, resolvendo seu problema.
Surpreso, o cliente então questiona o valor daquela consulta:
– Mas se era para ler um parágrafo em um livro, por que me cobrou tanto?
Ao que o advogado, devolvendo rapidamente o livro à prateleira, responde:
– Se você acha mesmo que é só ler um parágrafo em um livro, fique à vontade, minha biblioteca é sua.
Tenho me lembrado muito dessa história porque, como prestadora de serviços, tenho sentido isso na pele. Principalmente depois que resolvi transformar em um negócio minha habilidade em criar relações profissionais. É que, depois de participar de eventos e podcasts falando da minha experiência em matchmaking e em conselhos, as pessoas têm me procurado pedindo “dicas”, “orientações”, “conselhos”, “uma luz”.
Adoro ajudar e é algo que me traz muita satisfação. Mas, quando se trata de orientações profissionais, é diferente, já que isso envolve tempo dedicação e experiência de décadas de aprimoramento. Trago isso aqui porque sei que muitos de nós, empreendedores, já dissemos muito “sim” sem muito refletir. Percebi que, ao oferecer meu tempo, me coloco no final da fila. E, com a idade em que estou, eu tenho apreciado cada vez mais meu tempo.
A relação entre a perspectiva de que cada minuto do meu dia tem um valor de oportunidade e o sentido da vida é significativa. Afinal, quando a gente tenta atender todas as demandas, na correria do dia a dia, acaba esquecendo do valor real do tempo. Você já parou para analisar isso?
É engraçado como no ambiente corporativo entendemos que tempo é dinheiro. Sabemos que o tempo, uma vez perdido, não pode ser comprado de volta. É escasso. Curiosamente, temos muito mais constrangimento em pedir dinheiro emprestado do que em solicitar o tempo de alguém. Mas dizer “não” às vezes – algo que não é natural para mim, confesso – faz parte de reconhecer o valor do meu trabalho. Devo isso a mim mesma e aos meus clientes.
Kid Abelha sabiamente canta:
“Dizer não é dizer sim
Saber o que é bom pra mim”
Afinal, não estamos apenas vendendo um serviço. Estamos oferecendo soluções pensadas com carinho e estratégia, prontas para transformar aqueles pequenos desafios que nossos clientes enfrentam em grandes oportunidades. E isso tem um grande valor. Será que estou sozinha nessa ou você também percebe isso nos serviços que oferece?