“Eu escrevo para salvar a alma.” A frase famosa atribuída ao escritor português Fernando Pessoa me veio à mente quando comecei a pensar em um primeiro post para o meu, vejam bem, primeiro blog. Por que, afinal, eu lançaria um blog aos 55 anos?
Acontece que desde que deixei para trás o sobrenome corporativo, resolvi dar cada vez mais voz às minhas ideias e descobri que funciono bem escrevendo. Organizando meus pensamentos e compartilhando um pouco sobre a minha vida pessoal e profissional que, como gosto de dizer, são uma só.
Engraçado que quando estava na IBM participava de inúmeras reuniões, estava sempre conversando com pessoas, tinha muitas ideias e clareza dos meus pontos de vista. A cada encontro, me preparava e estudava muito. Minha cabeça era ruidosa. Quando comecei a seguir uma nova trajetória, sigo com a agenda cheia, mas é como se minha mente, mesmo que acelerada como sempre, tenha ficado mais silenciosa. E isso tenha liberado um espaço para a minha criatividade aflorar.
Demorei mais ou menos um ano para ter coragem de me mostrar, de publicar um texto e mostrar o que eu penso. Era a síndrome da impostora dizendo que eu não daria conta de tamanha responsabilidade, pois a escrita permanece, enquanto a palavra falada se perde, no tempo e espaço. Mas decidi enfrentar esse temor e começar aqui no blog e no LinkedIn, onde publico artigos semanais desde o começo deste ano.
O resultado é bárbaro, pois sempre que alguém curte, comenta ou discorda do que escrevo, é como se eu me conectasse a essa pessoa. Parece que algumas portas se abrem para um novo mundo.
Não que eu esteja navegando em um mar sereno. Vez ou outra me pergunto se sempre terei temas para abordar, se meu conteúdo será sempre interessante, se eu terei leitores… mas a verdade é que eu não tenho essas respostas, só sei que, parafraseando novamente Pessoa, navegar é preciso. E eu estou pronta para me lançar.