Como eu adoro estudar, um dia desses passei por um treinamento em ChatGPT e, na mesma sala, estava uma pessoa que na descrição aqui do LinkedIn se diz tech expert. Qual não foi minha surpresa quando ela confessou ali, na frente de todos, que nunca tinha entrado no assistente virtual mais comentado de 2023?!
Isso me levou a pensar nos gurus de tecnologia, que bradam aos quatro cantos seu conhecimento que, na verdade… nem sempre existe. No ano passado, todo mundo era especialista em metaverso, agora o hype é a Inteligência Artificial. Claro que quem trabalha com tecnologia precisa surfar nas ondas mais recentes, mas é preciso fazer isso com profundidade. Não adianta se dizer especialista apenas para ter uma vantagem competitiva no mercado de trabalho.
Se não, a gente tem um monte de problemas: o primeiro é que as redes sociais e plataformas são invadidas por uma enxurrada de posts parecidos, falando sobre os mesmos assuntos de forma superficial. Depois vem a sensação de que basta ver meia dúzia de palestras no SXSW ou no Web Summit para dominar um assunto. Sem contar a questão ética, né? A gente fala tanto sobre a ética na IA, mas e as pessoas que atuam na área de tecnologia? Será que estão sendo éticas?
Essa discussão me lembrou uma expressão que conheci esses dias chamada “perkwashing”. Ela parece ser uma combinação de “perk” (vantagem, benefício) e “whitewashing” (uma prática de distorcer informações, geralmente com a intenção de enganar). Ou seja, uma autopromoção exagerada e pouco verdadeira com o objetivo de obter vantagens e reconhecimento.
Por fim, tem ainda o risco da desinformação. Baseadas na orientação desses falsos gurus, executivos podem tomar decisões equivocadas com base em informações incorretas e os resultados negativos chegam a todos.
Por outro lado, os verdadeiros especialistas em Inteligência Artificial podem ter um impacto positivo na sociedade, ajudando a desenvolver soluções que possam melhorar a qualidade de vida das pessoas e fornecer soluções para problemas complexos em diferentes setores.
Em resumo, é importante avaliar cuidadosamente se os especialistas que você segue e com quem deseja aprender oferecem informações sólidas e baseadas em experiência. Ao analisar postagens e opiniões de “gurus”, é importante adotar um olhar crítico e questionador. Afinal, competência e credibilidade não se constroem da noite para o dia e um histórico profissional contundente é o fiel da balança para separar o joio do trigo.