Comprei esse leque que vi na internet e achei super divertido. Ele me fez lembrar uma história que hoje também me faz rir, mas quando aconteceu não achei nada engraçada.
Era julho de 2018, com temperaturas negativas em Buenos Aires. Em uma reunião da IBM, eu era a única pessoa na sala com blusa de manga curta, suando e com as bochechas rosadas. Todos olhavam para mim como se eu fosse um ser de outro planeta. Na hora, simplesmente disse: “gente, não estou doente. Estou apenas entrando na menopausa”. Queixos caídos e caras de espanto, como se eu houvesse cometido um perjúrio. Por quê? Ainda não sei.
Seis anos se passaram e, por sorte, muita coisa mudou. Acho que se eu estivesse entrando na menopausa hoje, minha vida teria sido mais fácil, porque as mulheres da minha geração estão acabando com esse tabu. Celebridades e influenciadoras de todos os tipos, como a Claudia Arruga, da Cool 50’s, estão vindo a público falar sobre a menopausa sem medo nem vergonha.
“Ninguém nunca me definiu. Ninguém manda em mim e não será a idade que vai mudar isso. Quem me define sou eu: meus desejos, minha coragem, meus medos, minhas inseguranças e o imenso amor que tenho por mim mesma”, disse a Ana Paula Padrão, mais linda e inteligente que nunca.
Até a maravilhosa Brooke Shields, um dos meus ícones da juventude, falou no SXSW: “vejo a menopausa como o início da fase mais empoderada da vida de uma mulher – deveríamos falar mais sobre isso!”. A diva Sarah Jessica Parker, na época do lançamento de And Just Like That arrematou com um: “Eu sei qual é a minha aparência. E não tenho escolha. O que vou fazer a respeito? Parar de envelhecer? Desaparecer?”.
Ela está certa, afinal, não temos prazo de validade, né? E digo mais: é um caminho sem volta. A Comissão de Direitos Humanos e Igualdade do Reino Unido avisou no começo do ano que os empregadores da região poderão ser processados por capacitismo se não fizerem “adaptações razoáveis” para mulheres na menopausa. Isso porque pesquisas recentes mostraram que uma em cada 10 mulheres que trabalharam durante a menopausa deixou seu trabalho devido a sintomas como ansiedade, alterações de humor, confusão mental e períodos irregulares.
No Brasil, aproximadamente 29 milhões de mulheres estão no climatério ou na menopausa. Por isso, as marcas que saem na frente são as que conversam com esse público, tão pouco representado. É o caso da marca do meu leque e também da LG, que anunciou este mês o projeto “Modo Menopausa”, uma solução alimentada por IA.
A iniciativa funciona por meio de um aplicativo instalado no smartwatch, que monitora a temperatura corporal, os batimentos cardíacos e a oxigenação do sangue em tempo real, identificando casos de fogachos ao longo da noite e enviando um comando imediato ao aparelho de ar-condicionado LG Dual Inverter +AI para resfriar o ambiente de maneira rápida.
Queria eu ter contado com essa tecnologia naquela reunião de Buenos Aires… 😉