Com a recente discussão sobre a suspensão do X no Brasil, muita gente percebeu que está construindo sua casa – ou seja, sua marca e sua comunidade – em terrenos alugados! Não podemos mais depender de plataformas que podem mudar as regras do jogo a qualquer momento e nos deixar sem chão.
Chegou a hora de reavaliar nossa estratégia digital. Diversificar canais, investir em conteúdo de qualidade e fortalecer as relações presenciais, que são essenciais para uma marca que quer durar — e durar com impacto. Eu, por exemplo, uso o LinkedIn para compartilhar minha jornada profissional e me conectar com outros executivos. No Instagram, fico com um perfil fechado, guardando aqueles momentos mais pessoais para amigos e familiares. E meu blog? Ah, lá é onde eu construo meu legado, porque no fim das contas, o que importa é o legado que quero deixar.
Por outro lado, isso levanta uma questão: qual é o verdadeiro custo da fama instantânea? Será que estamos tão viciados em likes e seguidores que esquecemos do que realmente importa? Talvez possamos encontrar certo alívio ao considerarmos que a mídia social nunca foi — e muito menos será — uma forma natural e única de trabalhar, se divertir e se socializar.
Embora tenha assumido um papel paralelo importante, o uso excessivo e desmedido das redes tomou uma dimensão tão grande que, de forma sutil, foi difícil perceber o que realmente estava acontecendo. Passamos do “Fomo” (Fear of Missing Out) para o “Folo” (Fear of Logging Off), e o medo de perder algo online nos mantém presos nesse ciclo.
Tem ainda o dilema entre algoritmos e relações. Quem realmente sai ganhando quando priorizamos o que o algoritmo quer? Estamos acumulando conexões superficiais em vez de construir relacionamentos verdadeiros e duradouros com nosso público. Quem aí não prefere um grupo de pessoas engajadas de verdade ao invés de um monte de “curtidas”?
Criar uma marca sólida é muito mais do que inflar o número de seguidores. É oferecer valor genuíno, inspirar e criar uma comunidade que se importa. E por mais que sejamos tech lovers, apaixonados por inovação e defensores da Inteligência Artificial, a tecnologia nunca vai substituir o toque humano. Aprendemos que as melhores conexões ainda acontecem fora das telas.
E como alguém que também defende a diversidade etária, noto que as plataformas de mídia social são dominadas por um público mais jovem.
Precisamos diversificar nossos canais e entender seus perfis para alcançar quem realmente ressoa com nossa mensagem, quem entende o valor da experiência que só o tempo traz.
Afinal, a vida real é muito mais rica do que um feed perfeito.