Mulheres em Tech – fato ou fake?

Você já ouviu a falácia de que o mercado de tecnologia não tem mulheres? Pois essa semana não se fala em outra coisa: tem, sim, e tem mulher extremamente disruptiva virando notícia.

É que a engenheira chinesa Luo Fuli, de 29 anos, conseguiu algumas proezas. Focada no desenvolvimento de LLMs, sua empresa, a Deep Seek, lançou um sistema que desafiou de uma só vez Google e OpeanAI. Detalhe: com uma fração do orçamento de seus concorrentes.

O DeepSeek superou o ChatGPT como o aplicativo gratuito mais baixado da App Store nos Estados Unidos e os reflexos no mercado financeiro vieram como uma avalanche, com quedas nas ações de empresas americanas como a NVIDIA.

Me lembrou que, nas turmas do Programa de IA que dirijo na Saint Paul Escola de Negócios, temos sempre mais mulheres. Mesmo quando fiz faculdade de Análise de Sistemas, há mais de 30 anos, não havia um grande desequilíbrio entre mulheres e homens. Então por que ainda falamos que tecnologia é território masculino?

Eu tenho um palpite: quando lemos sobre essas grandes empresas, quem aparece mesmo são os executivos C-level: CEOs, CTOs, CFOs. E adivinha o gênero deles?

Por isso chama tanta atenção uma jovem que desponta e promete mudar o jogo. Ainda mais vindo da China, um país onde ainda tem maioria masculina em cargos relevantes.

O feito de Luo Fuli é para comemorar, principalmente em um cenário que vem piorando para nós, mulheres, desde o início desta década, quando algunas das lideranças femininas nas gigantes de tecnologia – Youtube (Susan Wojcicki), Google (Marissa Mayer), HP (Meg Whitman), IBM (Ginni Romety)– foram substituídas por homens.

Então, eu me pergunto: este é um mercado predominantemente masculino mesmo ou apenas um mercado que ainda não enxerga o valor das líderes mulheres?