O bom e velho bropriating.

Se a ideia vem do homem é ouvida, mas se vem da mulher… É o bom (nada bom, na verdade) e velho bropriating, ou seja, quando um homem se apropria de uma ideia de uma mulher e é valorizado por isso.

Depois de 31 anos no mundo corporativo, onde vi (e vivi) de tudo, achei que, com maturidade e experiência seria mais fácil de lidar. Ou que, com os processos de seleção longos e criteriosos para chegar às posições onde estou, não teria mais que enfrentar isso. Mas… que engano!

Estes dias, numa reunião (déjà vu, alguém?), fiz uma sugestão e… silêncio. Logo em seguida, um homem propôs exatamente a mesma coisa e, claro, foi recebido com entusiasmo, como se tivesse tido uma ideia brilhante.  Sem falar na mão no meu braço, como se tivesse me segurando na cadeira!

Continuo detestando esse tipo de situação, mas agora não me estresso mais. Respiro e sigo plena. Até porque a errada não sou eu. Ouvi conselhos machistas a vida inteira, do tipo: “Você devia ser mais assertiva”, “Isso é coisa da sua cabeça”, “você teve ótimos resultados para uma mulher”. E sempre me perguntei: se eu fosse homem, ouviria isso? Certamente os homens não iriam gostar de ouvir frases como “você trouxe um bom ponto para um homem”, ou “lugar de homem é…”, “o que ele quis dizer é …”.

Cheguei numa fase em que quero ser eu mesma: mulher, imperfeita, com opiniões, pensamentos e propósitos. Quero poder falar o que penso, ser ouvida e respeitada pela pessoa que sou. Ponto. Cada um tem sua individualidade, e é isso que nos torna admiráveis.

Então deixo uma dica importante, para homens e mulheres : pensem antes de se apropriar de ideias. Reconheçam as ideias quando elas vêm – e, principalmente, de quem elas vêm. Respeito e igualdade começam com pequenas atitudes no dia a dia.

Como vocês lidam com esse tipo de situação?