O que a IA não pode nos dar.

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Dia desses, falei no meu LinkedIn sobre como a tecnologia e a inovação precisam estar a serviço da humanidade e como a Inteligência Artificial não entende de pessoas, crenças e relacionamentos. Afinal, que a IA está entre nós é um fato, mas qual seu papel real? Ela é uma mera matemática e linguista (excelente, claro) ou pode ter consciência?

Com habilidades inquestionáveis, a IA poderia escrever a receita do melhor bolo de cenoura do mundo, mas ela provavelmente não levaria em conta o sabor e o cheiro da comida, o paladar individual, as memórias de infância de cada um… E ainda faria pouca distinção entre o fato e a ficção. Porque lhe falta bom senso.

Antes de confiar cegamente nas informações oferecidas, é importante ir com prudência. Uma corrida para dominar essa tecnologia não me parece o caminho mais acertado. Um dos grandes historiadores dos nossos tempos, Yuval Harari disse recentemente: “Devemos nos mover em qualquer velocidade que nos permita fazer isso direito”.

A meu ver, fazer isso direito é entender e desmistificar a Inteligência Artificial como ferramenta e brigar para que ela seja desenvolvida com ética, transparência e bons propósitos. Assim, seus benefícios para a humanidade serão maiores que seus prejuízos. E que benefícios! Com a integração e o aproveitamento de dados de diferentes fontes, o céu se torna o limite para a medicina, para a prevenção de desastres, para a conquista espacial e muito mais.

Então, é melhor a gente se envolver com as novas tecnologias ao invés de torcer para que elas desapareçam. Mas, como sempre gosto de dizer, a tecnologia existe para resolver problemas e um dos maiores problemas que vivemos hoje na sociedade é relacional. Afinal, é claro que conhecimento é uma busca inerente do ser humano, mas não a única. Todos desejamos ser compreendidos em nossos erros e acertos. Queremos também ter liberdade para pensar e nos expressar. Buscamos ainda generosidade, empatia e respeito nas nossas relações.

É nossa tarefa cuidar da nossa capacidade de nos relacionarmos e, falando especificamente do mercado de trabalho, de liderarmos pensando sempre de forma não binária. Se por um lado é natural a gente cair na armadilha de confiar nas facilidades que a tecnologia oferece e entrar no piloto automático, sem empatia com o próximo, por outro, durante a pandemia, a tecnologia teve o grande papel de ser o elo de conexão entre nós. Essa conexão – e nossa paciência para aceitar os erros alheios – é que leva à inovação. É aí que os líderes devem entrar, pois o papel da liderança é incentivar a transparência e compreender falhas em nome do progresso.

É somente com generosidade e empatia que as pessoas podem se entrosar, trocar ideias, compartilhar aprendizados e inovar de verdade. E isso a IA não pode nos dar por completo.

Ana Paula Zamper

Ana Paula Zamper

Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!

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