A Transformação Digital virou uma palavra da moda, e vem inundando os canais de comunicação. Um recente estudo da EY, publicado no jornal Valor Econômico, aponta que a transformação digital foi o tema que mais cresceu entre as prioridades dos Conselhos, passando de quinto lugar em 2020, para terceiro em 2021, e segundo lugar neste ano.
Transformação Digital é o fenômeno que incorpora o uso da tecnologia digital na solução de problemas tradicionais. Isso abrange mudanças procedurais, em diversos âmbitos de uma sociedade. O objetivo da transformação digital não é se tornar digital. A tecnologia em si, é apenas um dos fatores participantes desse processo. Geração de valor para o negócio, sempre pensando na diferença entre “go digital x be digital”, deve ser sua principal força motriz, de acordo com Alessandro Bonorino.
E o que os Conselhos tem a ver com esse tema?
Uma estratégia de transformação digital abrangente cria um modelo para um futuro sustentável. Envolve visões sobre o desafio cultural, talentos, cadeia de valor sendo virtualizada, a explosão de dados, ecossistema de parcerias e alianças, entre outros. Ter um roteiro claro, integrado e de cima para baixo de onde está esse valor é uma dos maiores desafios e ao mesmo tempo, um dos fatores de sucesso, para as empresas. Conselhos tem papel importante nessa modelagem. Não basta fazer transformação digital apenas com equipamentos, é preciso mudar a cultura, o mind set das pessoas, se adequar ao novo cenário, que também passa pelo uso de novas tecnologias como inteligência artificial, machine learning, blockchain, cybersecurity…
Empresas se declaram digitais, e ato seguinte, cada equipe de liderança sai criando seu próprio roteiro digital. Em algum tempo, veremos vários projetos digitais sem nenhuma integração, sem nenhuma governança, sem algo que conecte à geração de valor para empresa. Conselhos podem atuar na priorização destes investimentos estratégicos, de tal forma que toda a equipe de liderança seja capaz de ter as mesmas ( e claras ) prioridades de tecnologia e de pessoas.
Os Conselhos devem trazer provocações sobre como criar novo valor com novos produtos e novos clientes, além de apenas transformar digitalmente, os processos de negócios existentes, considerando a dualidade de se concentrar tanto na construção de novos negócios digitais, quanto na transformação dos negócios atuais.
Como mencionado, na edição 2, no estudo WCD Unframed, é fato que assistimos e vivenciamos uma mudança no sistema operacional social, que passa pela inteligência digital. Essa inteligência tem impulsionado a demanda por Conselheiros com perfil diverso, tanto em hard quanto em soft skills. Como Conselheiros, devemos buscar o aprendizado contínuo, entendendo, como bem disse Marcelo Porto, “que o que sabemos hoje, não vai valer nada em 3 anos…se não cuidarmos disso, corremos o risco de sermos inúteis sociais”.
Não há um ponto, no tempo, em que a transformação digital seja feita. É muito mais sobre como estamos construindo músculos para que a organização se torne cada vez melhor e mais valiosa. Conselhos que tratam dessas questões podem ajudar a impulsionar as empresas a alcançar as transformações digitais essenciais para a vantagem competitiva de hoje e sustentável, a longo prazo.
We are at the point of no return – digital is here to stay !