em comigo que eu vou explicar direitinho.
Na semana passada, feriado em São Paulo, decidi fazer uma imersão de conhecimento em Santa Rita do Sapucaí (MG), onde acontece todos os anos o festival HackTown.
Sempre que viajo, gosto de conhecer as narrativas inspiradoras do local e, durante esses dias, fui cativada pela trajetória de Sinhá Moreira, uma figura emblemática e progressista, que via a educação como o alicerce para o desenvolvimento da sociedade. Para reter os jovens na cidade, ela fundou em 1959 a ETE FMC, a primeira escola focada em eletrônica da América Latina.
Mal sabia ela que essa escola seria um divisor de águas, transformando a região, conhecida por seu passado ligado à cafeicultura, em um núcleo de avanço tecnológico. Sinhá Moreira foi uma verdadeira empreendedora, doando terras que herdara para a construção do campus. Além disso, ela firmou uma parceria com o Governo Federal, que financiou a construção do prédio de aproximadamente 22 mil metros quadrados (na época).
Ela também não baixava a cabeça, não. Dizem na cidade que, durante um encontro com o então presidente Juscelino Kubitschek, foi questionada por ele: “como está a nossa escola?”, ao que respondeu com firmeza e orgulho: “O senhor me desculpe, mas nossa não. Minha”.
Com o passar do tempo e o desenvolvimento impulsionado pela escola técnica, Santa Rita do Sapucaí se transformou. Atualmente, a cidade é reconhecida como o coração do Vale da Eletrônica e sede da Instituto Nacional de Telecomunicações – Inatel, um centro de ensino, pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, criado em 1965 como a primeira instituição de ensino superior de Engenharia de Telecomunicações do Brasil.
A inovação está no DNA da cidade. Como dizem por lá, “o HackTown não é um festival que acontece em determinado lugar. O HackTown é o lugar”. Este ano, o evento será de 1º a 4 de agosto e estou contando os dias para voltar lá e vivenciar essa atmosfera criativa e inspiradora.
Por ora, agradeço a Tatiana Ribeiro, que me apresentou essa cidade tão especial, e também ao Carlos Nazareth Marins, ao João Rubens Costa Fonseca e Daniele Alkmin Carvalho Mohallem, grandes líderes que inspiram tantos a desbravarem novos caminhos. Além de ter ouvido tantas histórias encantadoras, Santa Rita me trouxe a certeza de que a essência do empreendedorismo é alimentada pela ancestralidade, duas forças profundamente interconectadas na jornada do desenvolvimento humano.