O que você tem deixado de fazer para passar horas scrollando?

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Estava lendo um artigo do crítico de cultura Ted Gioia e ele falava que “as maiores empresas do mundo estão investindo bilhões em promover e acelerar o uso compulsivo das suas ferramentas. Das dez maiores empresas do mundo, metade delas estão tentando criar uma relação de vício em tecnologia”. É o que ele chama de “cultura da dopamina”. Na sequência ele diz: mas tecnologia não é essa compulsão que nos leva a rolar a tela infinitamente deixando de fazer tarefas essenciais da vida. Ou não deveria ser.

Então, fiquei pensando em quantas vezes scrollamos a tela do celular sem perceber em meio a uma conversa, no lugar de praticar uma atividade física, em vez de assistir um filme ou apreciar uma música com intencionalidade e presença.

Você já parou para pensar que mesmo quando não percebe, está assumindo um papel multitarefas? Está em dois lugares ao mesmo tempo? Eu parei. O fato é que não somos bons em multitarefa – e ela não é boa para nós. Mas por que continuamos a viver assim? Tem a IA e os algoritmos que nos mantêm “presos”, sim, mas também me lembrei de uma fala da Brené Brown: “estar insanamente ocupado é uma ótima armadura, é uma ótima maneira de amortecer. O que muitos de nós fazemos é ficar tão ocupados e tão à frente de nossas vidas que a verdade do que estamos sentindo e do que realmente precisamos não consegue nos alcançar”.

Mas essa atividade paralela constante faz mal porque nosso cérebro está sendo superestimulado o tempo todo. Como somos humanos, e não robôs, focamos nas telas e deixamos de lado o que precisamos alcançar. Literalmente, perdemos horas preciosas do nosso dia para o vazio. E tudo está relacionado com a dopamina, como bem lembra Ted Gioia. Eu imagino um paralelo com o vício em jogos de cassinos. Fazemos o login pensando: “só mais 1 aposta e estou fora”, mas com a tela infinita do celular, quem precisa escolher parar somos nós.

Fiquei curiosa para ler mais sobre o assunto e acho que vou comprar o livro “Dopamine Nation”, da dra. Anna Lembke. Ela chama o smartphone de “seringa hipodérmica moderna”: recorremos a ele em busca de pequenas doses rápidas, buscando atenção, validação e distração a cada deslize, curtida e tweet. E você? Se identifica?

Ana Paula Zamper

Ana Paula Zamper

Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!

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