Quando o assunto é IA, o verdadeiro desafio não é prever o futuro. É se reposicionar no presente.
Fiquei pensando nisso na semana passada, durante uma Masterclass de Inteligência Artificial na Saint Paul Escola de Negócios, com Adriano Mussa, PhD e Marcos Sanchez, MsC, PMP. Tendências como IA generativa e mudanças tecnológicas aceleradas estão revolucionando setores e mercados de trabalho — criando oportunidades sem precedentes e também riscos profundos.
Abri o evento compartilhando dados do The Future of Jobs Report, apresentado no Fórum Econômico Mundial em janeiro. Até 2030, o avanço tecnológico deve criar 170 milhões de empregos e tornar obsoletos 92 milhões, em 55 países. Um saldo positivo de 78 milhões.
Mas sempre que compartilho números assim, vejo a mesma reação — nos outros e em mim. Será que eu faço parte desse saldo positivo… ou estou na estatística da obsolescência?
Mas, aí paro e penso – de onde saem essas previsões sobre quantos empregos a IA vai eliminar ou criar? Spoiler: ninguém sabe ao certo. Porque estamos vivendo uma mudança que ainda não conseguimos dimensionar.
Assim como foi com a eletricidade: no começo, o uso era óbvio — lâmpadas no lugar de velas, bondes no lugar de cavalos. Mas quem poderia imaginar que, décadas depois, a eletricidade alimentaria streamings, cirurgias robóticas e impressoras 3D?
Com a IA, estamos no mesmo ponto da curva. Enxergamos os primeiros usos: automatização, eficiência, suporte à decisão…Mas ainda não conseguimos ver tudo o que ela vai desbloquear.
A grande pergunta não é “quantos empregos serão perdidos?”. Mas sim, se seremos capazes de criar valor novo na mesma velocidade em que o antigo desaparece? O que sabemos é que a IA tem poder real de aumentar a produtividade, libertar pessoas de tarefas repetitivas e aproximá-las do que só o humano sabe fazer bem: criar, conectar, decidir com empatia.
Como diz Andrew Ng, fundador da DeepLearning, “a IA será a nova eletricidade.” Presente, invisível, transformadora. Ela não vai substituir pessoas. Vai substituir formas de fazer. Eu sou prova disso. Comecei minha carreira com IA — lá em 1990. E nunca me senti ameaçada por ela.
Porque eu entendi que a diferença não está no cargo, mas na tarefa.Não na função, mas no valor que você entrega. Esse é o efeito líquido da IA sobre o emprego.
O desafio não é prever o futuro. É ter coragem de se reposicionar no presente.
Sem ansiedade, com consistência. Um passo de cada vez — mas sempre para frente.
O verdadeiro desafio da IA

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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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