Ler Yuval Harari é algo imprescindível para amantes de tecnologia e inovação. Em “Nexus: Uma Breve História das Redes de Informação, da Idade da Pedra à Inteligência Artificial”, o autor explora como as redes de informação moldaram a humanidade ao longo dos tempos.
Conectando passado e presente, Harari ilustra como a humanidade ganha um poder enorme ao construir grandes redes de cooperação na mesma medida em que isso nos predispõe a usar esse poder de forma imprudente.
Confesso que levei semanas para terminar e trago aqui 8 pontos que me chamaram atenção:
1. Poder = Informação
O poder sempre fluiu por aqueles que controlavam as formas de comunicação. Afinal, a informação não serve apenas para refletir a realidade, mas também para conectar pessoas e sociedades, criando laços e estruturas sociais.
2. Consequências imprevista
“A tendência de criar coisas poderosas com consequências não intencionais não começou com a invenção da IA, mas com a invenção da religião. Profetas e teólogos invocaram espíritos poderosos que deveriam trazer amor e alegria, mas que ocasionalmente acabaram inundando o mundo de sangue”.
3. Bênção ou maldição?
A tecnologia tem o potencial de iluminar ou enganar, construir ou destruir. “Facas e bombas não decidem sozinhas quem matar. Em contraste, a IA pode processar informações por conta própria e, assim, substituir humanos na tomada de decisões”. A IA não é uma ferramenta—é um agente.
4. Privacidade em risco
Avanços em tecnologias de vigilância, como reconhecimento facial e rastreamento de dados, colocam a privacidade em risco globalmente, mesmo nas democracias mais estabelecidas.
5. Como proteger a democracia
A IA (e o uso inadequado de outras tecnologias) pode fortalecer regimes autoritários ao permitir um controle centralizado e vigilância em massa. Harari propõe a descentralização e a transparência como princípios para proteger a democracia na era digital.
6. Mudança, sim, mas com sabedoria
As mudanças são uma constante, mas a sabedoria para usar a tecnologia de forma responsável ainda é limitada. “A história não é o estudo do passado: é o estudo da mudança.”
7. Cooperação x competição
A colaboração internacional é fundamental para enfrentar desafios globais, como pandemias e a regulamentação tecnológica. A competição tecnológica não pode obscurecer a necessidade de um bem-estar coletivo.
8. Informação x sabedoria
Apesar de termos mais informação do que nunca, ainda não entendemos nosso papel no universo. “Por que somos tão bons em acumular mais informações e poder, mas muito menos bem-sucedidos em adquirir sabedoria?”.
Do meu lado, terminei a leitura me sentindo “cobrada” a fazer algo. Afinal, o futuro da tecnologia será moldado por aqueles que participarem ativamente dele. Entendi como um chamado universal para a cautela e o respeito pelos limites do que podemos realmente manejar. Diante da IA, o caminho é nem deslumbramento, nem pavor, mas humildade. E você? Qual sua opinião sobre o livro?