Se coloque no meu lugar

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Assistir aos debates políticos ultimamente me fez refletir sobre algo maior do que política. O que vemos não é apenas a troca de ideias, mas a falta de respeito — tanto entre os próprios debatedores quanto em relação aos espectadores. Pior: isso não acontece só na política. Essa dinâmica reflete o comportamento que presenciamos todos os dias nas redes sociais: a ausência de escuta, de compreensão e de empatia.

A vida online parece estar criando uma distância emocional entre as pessoas. Na pressa de projetar uma vida “perfeita” nas redes, esquecemos de nos conectar de verdade. Estamos imersos em uma bolha de individualismo, onde os “likes” valem mais que o diálogo, e nossa preocupação está mais voltada para o impacto que causamos do que para as experiências dos outros.

Essa falta de empatia também se manifesta na rapidez com que compartilhamos informações sem verificar. Quantas vezes recebemos mensagens impactantes e, sem pensar muito, repassamos como verdade? É tanto lixo tóxico que as fake news viralizam cada vez mais rápido, podendo destruir reputações. Raramente nos questionamos sobre o impacto ou a veracidade daquela informação. Devemos nos lembrar de parar, respirar e refletir antes de disseminar. Essa pausa pode evitar muitos mal-entendidos.

Por trás de uma tela, muitos se sentem confortáveis em emitir opiniões agressivas, como se a proteção da distância virtual diminuísse as consequências. Esquecemos que empatia não é sobre concordar, mas sim sobre se colocar no lugar do outro. E essa é uma habilidade essencial para mantermos relações saudáveis, seja no mundo dos negócios ou na vida pessoal.

Empatia é algo que todos valorizamos. Quantas vezes não usamos a frase “se coloque no meu lugar” ao tentar convencer alguém? Ela é, sem dúvida, uma das habilidades mais importantes nas relações interpessoais, mas muitas vezes a deixamos de lado no ambiente digital.

Na era do virtual, parece que esquecemos que somos humanos, falhos e imperfeitos. Em vez disso, vivemos uma realidade inventada e fragmentada nas fotos e posts das redes sociais. O resultado? Distanciamento e falta de conexão genuína.

Discussões acaloradas sempre existiram. A diferença está na forma como expressamos nossos pontos de vista. Não é sobre evitar o debate, mas sim sobre manter o respeito ao outro, mesmo nas divergências. Nas redes, muitas vezes nos sentimos mais à vontade para sermos rudes, protegidos pela tela, mas a verdadeira empatia é aquela que rompe essa barreira digital. Sem ela, vivemos o que eu chamo de “cultura da desconsideração”, tema do próximo post por aqui. Aguarde 😉

Ana Paula Zamper

Ana Paula Zamper

Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!

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