Não é de hoje que eu venho falando sobre a importância de estabelecermos limites de ética e segurança para a Inteligência Artificial e a notícia que está dando o que falar hoje é justamente sobre isso.
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, está sendo acusada de baixar e usar nada menos que 81 TB (ou seja, mais e 81.000 GB) de conteúdos de livros pirateados para treinar seus modelos de IA. Documentos judiciais mostram que alguns funcionários até tentaram puxar o freio, alertando que “usar material pirateado deveria estar além do nosso limite ético”, mas a resposta interna parece ter sido: “vamos de stealth mode”. Ou seja, operar nas sombras, baixando e compartilhando conteúdos fora dos servidores oficiais. Para piorar, a acusação sugere que até Mark Zuckerberg sabia disso.
E aí vem a grande questão: a IA pode tudo? Claro que não! Como sempre defendi, tecnologia deve servir ao progresso humano, mas dentro de limites claros. Ética, segurança e privacidade não são meros detalhes – são os pilares que sustentam qualquer avanço tecnológico. Transparência, justiça e responsabilidade precisam estar no código-fonte das empresas tanto quanto os algoritmos.
Porque, no fim das contas, segurança e reputação andam juntas. Uma única violação pode colocar anos de confiança por água abaixo. Não adianta projetar uma imagem de responsabilidade para o público se, nos bastidores, as práticas internas contam outra história. Tecnologia sozinha não resolve nada – processos bem definidos e pessoas comprometidas fazem toda a diferença.
A verdadeira revolução tecnológica não pode acontecer sem responsabilidade social e equidade. Para isso, empresas precisam de estruturas organizacionais que valorizem criatividade, empatia e conformidade com padrões éticos e regulatórios.
Além disso, a democratização do conhecimento deve, sim, ser um imperativo, assegurando que os avanços da IA sejam acessíveis a todos e promovam inclusão.
Mas, se por um lado, democratizar o conhecimento é essencial, por outro, piratear bibliotecas inteiras para treinar IA é pegar para si um direito que seria de todos – inclusive dos escritores e autores.
Só porque é IA vale tudo?

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Ana Paula Zamper
Depois de mais de 30 anos de experiência no mercado de tecnologia, eu decidi abandonar o sobrenome corporativo e fundar a ByAZ. Junto com essa novidade, veio uma grande vontade de escrever e dividir meus pensamentos com você. Bem-vindo ao meu blog!
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